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"Cuidar e Ser Cuidada” quer compreender os desafios enfrentados pelas mães ao longo do processo de cuidado, explorando os aspectos emocionais e práticos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Brasil, a estimativa é que haja cerca de dois milhões de brasileiros autistas. E dentro destes números há milhares de familiares envolvidos com a causa, em especial, as mães. E pensando nelas, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Diego Genta da Rosa, realiza a pesquisa “Saúde mental e processo de envelhecimento: cuidando das mães de filhos com autismo”. O trabalho rendeu um produto técnico: a cartilha "Cuidar e Ser Cuidada” que tem como foco compreender os desafios enfrentados por essas mães ao longo do processo de cuidado, explorando tanto os aspectos emocionais quanto práticos, como a influência de redes de apoio e o impacto de políticas públicas voltadas para o autismo.

A escolha do tema, segundo Diego, foi a partir da experiência dele como psicólogo e analista de comportamento. No contato com mães de pessoas com TEA, percebeu que muitas continuam exercendo o cuidado de forma integral, mesmo após os 50 anos, enfrentando exaustão física e emocional, além de negligência do próprio autocuidado. “Notei que essa realidade é pouco discutida tanto na academia quanto nas políticas públicas, e senti a necessidade de dar visibilidade a essas mulheres”, explica.

O estudo foi realizado na Associação de Familiares e Amigos de Pessoas com Autismo (Afapa), em Porto Alegre. No grupo focal, espaço de discussão de um tema, foram 9 mães entre 50 a 62 anos. Os resultados foram organizados em três eixos principais: sobrecarga e impactos do cuidado, relatos de exaustão, ansiedade, culpa e ausência de tempo para si; redes de apoio e recursos, escassez de apoio institucional e valorização de redes informais entre mães; e autocuidado e envelhecimento, medo do futuro, sentimento de solidão e pouca priorização de si mesmas.

“A maternidade atípica no envelhecimento é marcada por sobrecarga e invisibilidade. Compreender como esse cuidado prolongado afeta a saúde mental das mães é essencial para a construção de políticas públicas, redes de apoio e estratégias que promovam qualidade de vida. Além disso, a pesquisa contribui com um produto técnico — a cartilha "Cuidar e Ser Cuidada" — que serve como ferramenta prática de apoio para mães e profissionais.”

Mesmo a análise tendo sido feita com mães de Porto Alegre e Região Metropolitana, a pesquisa é relevante em todas outras regiões do Estado e país. Para Diego, é necessário oferecer espaços regulares de escuta e acolhimento psicológico, ampliar o acesso a serviços de saúde mental, promover políticas públicas de suporte ao cuidado, e incentivar o autocuidado como um direito — e não um privilégio. Além disso, incluir essas mães em ações coletivas e redes de apoio pode fortalecer a resiliência e reduzir o sentimento de solidão.

Já a família e os amigos têm um papel essencial: oferecer apoio prático, dividir tarefas e reconhecer o esforço dessas mulheres. “Pequenas ações como disponibilizar tempo, ouvir sem julgar e respeitar seus limites podem aliviar muito da sobrecarga. A construção de redes de apoio afetuosas e constantes é um dos fatores mais protetivos para a saúde mental dessas mães.”

>>>>Clique aqui e acesse a cartilha 

Inscrições abertas

O Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Mestrado Profissional está com inscrições abertas, até o próximo dia 20, para a turma de 2025. As inscrições e mais informações podem ser obtidas pelo site www.unisc.br/ppgpsi.

Diego Genta Divulgação

Diego Genta da Rosa desenvolveu a pesquisa

 

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"Cuidar e Ser Cuidada” quer compreender os desafios enfrentados pelas mães ao longo do processo de cuidado, explorando os aspectos emocionais e práticos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 70 milhões de pessoas no mundo possuem Transtorno do Espectro Autista (TEA). No Brasil, a estimativa é que haja cerca de dois milhões de brasileiros autistas. E dentro destes números há milhares de familiares envolvidos com a causa, em especial, as mães. E pensando nelas, o mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Diego Genta da Rosa, realiza a pesquisa “Saúde mental e processo de envelhecimento: cuidando das mães de filhos com autismo”. O trabalho rendeu um produto técnico: a cartilha "Cuidar e Ser Cuidada” que tem como foco compreender os desafios enfrentados por essas mães ao longo do processo de cuidado, explorando tanto os aspectos emocionais quanto práticos, como a influência de redes de apoio e o impacto de políticas públicas voltadas para o autismo.

A escolha do tema, segundo Diego, foi a partir da experiência dele como psicólogo e analista de comportamento. No contato com mães de pessoas com TEA, percebeu que muitas continuam exercendo o cuidado de forma integral, mesmo após os 50 anos, enfrentando exaustão física e emocional, além de negligência do próprio autocuidado. “Notei que essa realidade é pouco discutida tanto na academia quanto nas políticas públicas, e senti a necessidade de dar visibilidade a essas mulheres”, explica.

O estudo foi realizado na Associação de Familiares e Amigos de Pessoas com Autismo (Afapa), em Porto Alegre. No grupo focal, espaço de discussão de um tema, foram 9 mães entre 50 a 62 anos. Os resultados foram organizados em três eixos principais: sobrecarga e impactos do cuidado, relatos de exaustão, ansiedade, culpa e ausência de tempo para si; redes de apoio e recursos, escassez de apoio institucional e valorização de redes informais entre mães; e autocuidado e envelhecimento, medo do futuro, sentimento de solidão e pouca priorização de si mesmas.

“A maternidade atípica no envelhecimento é marcada por sobrecarga e invisibilidade. Compreender como esse cuidado prolongado afeta a saúde mental das mães é essencial para a construção de políticas públicas, redes de apoio e estratégias que promovam qualidade de vida. Além disso, a pesquisa contribui com um produto técnico — a cartilha "Cuidar e Ser Cuidada" — que serve como ferramenta prática de apoio para mães e profissionais.”

Mesmo a análise tendo sido feita com mães de Porto Alegre e Região Metropolitana, a pesquisa é relevante em todas outras regiões do Estado e país. Para Diego, é necessário oferecer espaços regulares de escuta e acolhimento psicológico, ampliar o acesso a serviços de saúde mental, promover políticas públicas de suporte ao cuidado, e incentivar o autocuidado como um direito — e não um privilégio. Além disso, incluir essas mães em ações coletivas e redes de apoio pode fortalecer a resiliência e reduzir o sentimento de solidão.

Já a família e os amigos têm um papel essencial: oferecer apoio prático, dividir tarefas e reconhecer o esforço dessas mulheres. “Pequenas ações como disponibilizar tempo, ouvir sem julgar e respeitar seus limites podem aliviar muito da sobrecarga. A construção de redes de apoio afetuosas e constantes é um dos fatores mais protetivos para a saúde mental dessas mães.”

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Inscrições abertas

O Programa de Pós-Graduação em Psicologia - Mestrado Profissional está com inscrições abertas, até o próximo dia 20, para a turma de 2025. As inscrições e mais informações podem ser obtidas pelo site www.unisc.br/ppgpsi.

Diego Genta Divulgação

Diego Genta da Rosa desenvolveu a pesquisa

 

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