Local da exposição: Casa das Artes Regina Simonis
Endereço: Rua Júlio de Castilhos esquina com Marechal Floriano
Agendamento de visitas guiadas para grupos pelo fone 3717-7346
Nascida em 1900, no município de Santa Cruz do Sul, Regina Simonis ingressou, corajosamente, em 1927, no Instituto de Belas Artes do Rio Grande do Sul. Ela foi uma das primeiras alunas do Instituto investindo no que mais gostava de fazer: desenhar e pintar.
Desde meados do século dezenove a pintura brasileira permanecia dependente das acadêmicas influências da pintura oficial francesa que trazia como padrão estético o Neoclassicismo. Acreditavam os neoclassistas que a verdadeira moral se encontra na Antigüidade Grega, na medida em que representava um mundo idealizado, construído a partir de seus próprios padrões. Um mundo controlado pelo homem e guiado pela razão. O ensino artístico no Instituto de Belas Artes do nosso estado não fugia a este regra: os exercícios de claro-escuro, o estudo das esculturas greco-romanas, o conhecimento das leis matemáticas da perspectiva, assim como o domínio dos esquemas de composição e de anatomia. O único objetivo da pintura era procurar prazer na imitação de coisas que podem ser reveladas pela luz do sol através de linhas e cores sobre uma superfície plana.
Após seis anos no curso de pintura, orientada pelas mãos do mestre europeu Francisco Pelichek, consagrado na época como o melhor professor de pintura, em 1933 Regina diplomou-se, chamando a atenção de todos ao expor suas obras no Theatro São Pedro; por ocasião da Exposição Anual do Instituto de Belas Artes. O Jornal Folha da Manhã, em 1933, se refere entusiasmado à exposição: “grande número de telas esplêndidas, principalmente no gênero natureza-morta, traçados com notável fidelidade, demonstrando o poder artístico de quem os fez. Os contrastes, o colorido, o desenho, são revelações magníficas de futurosas palhetas”. O detalhe que não podemos deixar passar é que nesta publicação havia apenas uma obra reproduzida: uma natureza morta de Regina Simonis.
Ainda na década de 30, Regina retornou a Santa Cruz do Sul, dividindo seu tempo entre a pintura e os cuidados aos pais idosos. No início dos anos quarenta, após o falecimento destes, Regina passou a dedicar sua vida a pintura. Procurando em cada obra, em cada pincelada, a materialização colorida da sua concepção de um ideal artístico.
Regina Simonis pintou até o final da vida, transformou a arte e as flores na razão da sua existência e encontrando na simplicidade o sentido do ser. Faleceu aos 96 anos de idade, deixando obras que são consideradas um marco do desenvolvimento cultural do Estado.
Em 1995 a artista foi formal e oficialmente reconhecida pela sociedade santa-cruzense quando o prédio do antigo Banco Pelotense recebeu a denominação de Casa das Artes Regina Simonis, imortalizando seu nome. Considerado por muitos o mais belo de toda a região, o prédio foi cedido, em 1994, para a Associação Pró-Cultura de Santa Cruz do Sul pela Secretaria da Fazenda do Estado. No ano de 2000, com o apoio da Universidade de Santa Cruz do Sul e através de recursos captados pela Lei de Incentivo à Cultura do Governo do Estado, iniciaram-se as obras de restauro. No final de 2001, após a liberação de valores de um convênio com a Unisc e de uma doação da empresa Dimon do Brasil Tabacos, começaram as obras no telhado. Em seguida, a Unisc deu início ao restauro das salas que abrigam as obras da nossa artista.
Em outubro de 2002 o acervo da artista plástica Regina Simonis foi doado pelo empresário Geraldo Koehler, presidente da Igel S. A. Embalagens que repassou à Associação Pró-Ensino em Santa Cruz do Sul (APESC), por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Na doação a APESC recebeu 15 telas e 20 estudos em crayon, além de um exemplar original do Jornal Folha da Manhã que divulga a primeira exposição dos alunos do Instituto de Belas Artes e o diploma do curso realizado por ela. Em 2005 a exposição permanente destes trabalhos foi inaugurada e desde então encontra-se aberta a visitação pública.