Patricia Morsch é formada em Fisioterapia e dará palestra sobre o tema em atividade de comemoração aos 25 anos do curso
Em março, o Curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) completou 25 anos. Diversas atividades já foram realizadas ao longo do ano. A próxima será uma palestra, na quinta-feira, 5, às 19 horas, com a egressa Patrícia Morsch, assessora regional em envelhecimento saudável da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS), com sede em Washington. Ela vai falar sobre “Década do Envelhecimento Saudável” pelo link meet.google.com/pgt-cgzb-iet.
Concluiu a graduação na Unisc em 2006. Tem ainda especialização em Saúde Pública pela Ufrgs, mestrado em Gerontologia UNCC/EUA e doutorado em Gerontologia Biomédica PUC/RS. “Meu trabalho como assessora regional em envelhecimento saudável é prestar cooperação técnica para os países da região das Américas. Assim, favorecer políticas e práticas de saúde pública para o envelhecimento saudável e uma melhor saúde da população idosa. Fazemos reuniões de participação em congressos, reuniões técnicas para discutirmos temas específicos em envelhecimento saudável e como podemos apoiar os países. Enfim, prestar cooperação técnica para avançar em políticas de saúde pública”, fala.
Segundo Patricia o envelhecimento populacional é um fenômeno mundial, a população está vivendo mais e ter uma maior expectativa de vida é um grande avanço. “Todos querem viver mais e com boa saúde. Mas há uma brecha de 12 anos entre a esperança de vida e a esperança de vida saudável para a região das Américas e é preciso pensar em práticas para diminuir essa diferença. Não existe uma receita.”
Patricia cita como exemplo as doenças crônicas que são mais comuns no envelhecimento. “O corpo é mais vulnerável e é preciso trabalhar com prevenção. A fisioterapia tem um papel fundamental, pois é baseada em manter a habilidade funcional para que a pessoa possa fazer o que quer, mesmo com o envelhecimento. Independente de se ter uma doença o idoso consegue manter-se ativo. E quando falamos em envelhecimento saudável, falamos não só de mobilidade, mas também de cognição.”
E como a sociedade pode tentar ajudar: tendo um ambiente com acessibilidade e inclusivo. “É muito importante combater preconceitos para que possamos envelhecer bem. E os jovens têm um papel importante nisso, em trabalhar o assunto de maneira mais positiva e atuar diretamente com idosos para combater o chamado Idadismo (forma de preconceito sofrida por pessoas por conta da idade, sobretudo, em relação aos indivíduos mais velhos). Não adianta termos acessibilidade se existe o preconceito”, completa.
Saiba mais*
A população mundial está envelhecendo mais rapidamente do que no passado, mas na América Latina e no Caribe essa transição demográfica está ocorrendo de forma ainda mais acelerada. Mais de 8% da população tinha 65 anos ou mais em 2020 e estima-se que essa porcentagem dobre até 2050 e exceda 30% até o final do século.
Um dos principais efeitos desta drástica mudança demográfica é que muitas pessoas idosas não têm acesso aos recursos básicos necessários para desfrutar de uma vida digna e muitas outras enfrentam múltiplos obstáculos para participar plenamente na sociedade.
A Década do Envelhecimento Saudável (2021-2030), declarada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em dezembro de 2020, é a principal estratégia para construir uma sociedade para todas as idades.Esta iniciativa global reúne os esforços dos governos, da sociedade civil, das agências internacionais, das equipas profissionais, da academia, dos meios de comunicação social e do setor privado para melhorar a vida das pessoas idosas, das suas famílias e das suas comunidades. Baseia-se em orientações anteriores, como a Estratégia Global e o Plano de Ação da Organização Mundial da Saúde sobre Envelhecimento e Saúde 2016-2020, a Declaração Política e o Plano de Ação das Nações Unidas de Madri sobre o Envelhecimento e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lidera a agenda concertada da Década do Envelhecimento Saudável nas Américas 2021-2030.
*Com informações do site da OPAS
Patricia tem 39 anos e é natural de Venâncio Aires