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A pandemia do coronavírus tem unido nações em torno das mesmas preocupações que, ignorando fronteiras, são de nível global. Apesar da possível ameaça à economia mundial, é necessário priorizar a preservação das vidas e, depois, buscar alternativas para que todos possam voltar à normalidade com o menor impacto possível em suas rotinas. Os professores dos cursos de Economia e de Relações Internacionais da Unisc, Mariana Coberllini, Bruno Mendelski, e Sílvio Cesar Arend, recomendam que seja mantida a calma apesar do período ser de instabilidade.

“Em momentos de crise o comportamento humano aflora a irracionalidade e o individualismo. No mercado financeiro, por exemplo, quando a bolsa despenca, muitos investidores ficam assustados e vendem suas ações, o que faz a bolsa cair ainda mais. Em momentos de incerteza, a tendência é abandonar o pensamento coletivo, sem considerar as consequências deste comportamento para a totalidade”, exemplifica Sílvio.

Para Mariana, nos momentos de crise e incerteza, existe a tendência de países tomarem medidas mais drásticas ou de fecharem suas portas: “a Organização Mundial da Saúde (OMS), formada por especialistas da saúde de mais de 150 países, é responsável por passar diretrizes sobre como lidar com o Covid-19. Os países podem acatar ou não as recomendações, mas, o problema é que a incerteza em relação às atitudes dos outros tende a levar os países a se fecharem ou a tomarem medidas descoordenadas”, explica.

Sabendo que a crise desencadeada pelo coronavírus pode desestabilizar as estruturas do sistema internacional, que são pautadas no capitalismo liberal e no multilateralismo, é ainda mais importante manter a racionalidade antes de tomar decisões.  “Para os estadistas, estamos em guerra contra um inimigo invisível, o que justifica atitudes drásticas como o fechamento de fronteiras, impactando diretamente na circulação de mercadorias e de pessoas. Apesar de eficaz contra a disseminação do vírus, prejudica a distribuição de bens, legitimando discursos xenófobos e enfraquecendo o respeito aos direitos humanos”, reforça Bruno.  

Segundo Mariana, a tendência é que após a pandemia haja estagnação ou recessão econômica em muitos países, o que pode gerar conflitos nas relações internacionais, como já ocorreu em episódios de crises passadas. Para que o crescimento econômico internacional seja retomado é essencial a cooperação entre as nações. “É, também, fundamental que os chefes de estado e de governo tratem a crise gerada pela Covid-19 com seriedade, dando o exemplo para as suas populações, e executando medidas rápidas de apoio econômico às atividades produtivas mais prejudicadas”, completa.

Para que as contas da casa sejam melhor administradas, Sílvio Cezar Arend reuniu algumas dicas de organização para o orçamento mensal. Confira:

1 - A ameaça de uma crise de abastecimento de produtos pode aflorar o pensamento de escassez, gerando a real falta do produto para os outros. Também, é importante pensar no que é realmente necessário comprar, sem fazer uma conta por medo de que falte;

2 - Fique atento nas despesas, com a paralisação alguns gastos podem diminuir (como os de transporte), mas outros tendem a aumentar, como a luz e a água. É período de economizar em tudo que for possível.

3 - Quem puder prestar serviços, consultorias ou vídeos-aulas através da internet, pode encontrar no meio digital uma alternativa para compensar a renda nesse momento;

4 - Se não conseguir pagar as contas em dia, busque negociar com os credores para encontrar um acordo. Afinal, é importante que haja flexibilidade dos dois lados para não gerar a inadimplência total;

5 - Preste atenção aos prazos e juros das contas antes de decidir quais irá postergar. As instituições financeiras estão abertas à renegociação, sendo necessário fazer o contato para alongar o prazo de pagamento. Água e luz são as contas mais indicadas para serem deixadas para depois, pois, as companhias manifestaram que durante a pandemia não haverá cortes nos serviços.

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