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A professora de libras Karoline Kist recebeu o título de mestre em educação

“É uma grande conquista para mim e, também, para a comunidade surda na busca por uma inclusão verdadeira ”, destacou Karoline Kist, nessa sexta-feira, 28 de fevereiro. Após defender sua banca de mestrado, na Língua Brasileira de Sinais (Libras), a jovem é a primeira aluna surda a receber título de Mestre em Educação na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Ao longo do momento, uma intérprete esteve presente realizando a tradução.

Karoline atua como professora de Libras na Escola Rosário, lecionando para alunos surdos e ouvintes do ensino médio e fundamental. A experiência na área da educação fortaleceu o desejo de seguir carreira acadêmica: “Me formei em administração na Unisc, fiz o mestrado para focar mais na docência e o resultado foi tão gratificante que quero cursar o doutorado para realizar o sonho de dar aula em universidade ”, reforçou.

Para Camilo Darsie de Souza, orientador da dissertação, o estudo abrangeu temáticas muito relevantes, abordando a escrita - um dos principais problemas relacionados à educação dos surdos -, além de ter sido um processo inclusivo em todas as etapas, dando voz à essa comunidade. “Precisamos garantir não somente entrada de pessoas surdas no meio acadêmico, mas, também, a formação com qualidade no ensino. E, enquanto instituição, trabalhamos em conjunto para que isso fosse possível”, concluiu o professor.

A proposta da pesquisa era estudar Narrativas de professores surdos no Ensino Superior sobre os processos de produção acadêmica. Participaram da banca avaliativa os professores Cláudio José de Oliveira e Betina Hillesheim, da Unisc, além de Lodenir Karnopp, da Urfgs, e André Reichert, da Ufsc, ambos por vídeo conferência. Também estiveram presentes convidados especiais, entre eles mais de dez alunos surdos e ouvintes de Karoline.

“Fui muito acolhida na Unisc, com professores que se comunicam em Libras, tradutoras e intérpretes. O que eu quero mostrar é que a comunidade surda tem sua competência de evoluir e, para isso, precisamos encarar nossa forma de se comunicar como natural e lutar por ela”, afirmou Karoline.

A naturalização da comunicação em Libras, língua mãe para pessoas surdas, é essencial para que haja visibilidade e inclusão. Na Unisc, o Núcleo de Apoio Acadêmico (Naac) é o responsável por promover recursos de acessibilidade, auxiliando na eliminação de diferentes barreiras. “Desde a seleção da Karoline no Programa de Pós-graduação em Educação Stricto Senso, nós prestamos tradução e interpretação de Libras. Todo o período foi de muita aprendizagem para todos os envolvidos, pois, trabalhamos em parceria para viabilizar a comunicação dela ao longo de sua trajetória acadêmica”, contou Raquel Fialho, coordenadora do Naac.

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