Trabalho será apresentado no dia 29 de outubro, durante a II Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia
Ana Paula Sehn
No dia 29 de outubro, às 19 horas, durante a programação da II Mostra de Extensão, Ciência e Tecnologia da Unisc, ocorre de forma remota a apresentação de nove trabalhos desenvolvidos por estudantes dos programas de pós-graduação Stricto Sensu. A atividade faz parte da II Mostra da Pós-Graduação Stricto Sensu, que tem como objetivo divulgar os Programas de Mestrado e Doutorado da Instituição, através da apresentação de um trabalho indicado por cada Programa.
Entre os estudos que serão apresentados está a tese intitulada Escore de risco cardiometabólico de crianças e adolescentes: incidência e razão de chances de permanecer com alteração após dois anos, de autoria da doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde - Mestrado e Doutorado (PPGPS), Ana Paula Sehn. Com a orientação das professoras Rejane Frozza, Jane Dagmar Pollo Renner e Cézane Priscila Reuter, o objetivo foi verificar a incidência de alterações no escore de risco cardiometabólico (cMetS) de crianças e adolescentes, bem como as chances de permanecer com alteração após dois anos de acompanhamento.
A pesquisa teve como método um estudo longitudinal com 338 crianças e adolescentes (196 meninas), com idade entre 7 a 17 anos no início do estudo, de escolas públicas e privadas do município de Santa Cruz do Sul-RS. As avaliações ocorreram em 2014/15 (baseline) e 2016/17 (follow-up). Em ambos os períodos o mesmo método de avaliação foi utilizado para determinar o cMetS, que incluiu o somatório dos valores do escore z da pressão arterial sistólica (PAS), circunferência da cintura (CC), aptidão cardiorrespiratória (APCR), triglicerídeos (TG), razão colesterol total (CT) e colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL-c) e glicose, dividido por 6.
O cMetS foi classificado em baixo risco, limítrofe e alto risco, sendo recategorizado em baixo risco e alterado (limítrofe e alto risco). A pressão arterial foi obtida por meio do método auscultatório, em que foram realizadas duas aferições e considerado o menor valor de PAS. A CC foi avaliada na parte mais estreita entre a última costela e a crista ilíaca com uma fita inelástica. Para avaliação da APCR, utilizou-se o teste de corrida/caminhada de 6 minutos. A avaliação do perfil lipídico e glicêmico foi obtida por meio de amostras de sangue com jejum prévio de 12 horas. Os dados foram analisados por meio de frequência absoluta e relativa e regressão logística binária (OR: odds ratio; IC 95%: intervalo de confiança de 95%).
Os resultados obtidos ao longo dos dois anos mostraram que 69,2% dos avaliados permaneceram com baixo risco e 9,8% com cMetS alterado. Com relação às mudanças de classificação após 2 anos, verificou-se que, dos indivíduos com baixo risco no baseline, 7,1% apresentaram alteração. Já entre aqueles que foram classificados com cMetS alterado no baseline, 13,9% passaram para baixo risco. Além disso, indivíduos com cMetS alterado no baseline apresentaram 6,85 (IC 95%= 3,71; 12,63) mais chances de permanecer com alteração após dois anos, em comparação aos indivíduos com baixo risco.
De acordo com o estudo, houve um aumento no número de novos casos, contudo, também se observou uma melhora nos casos alterados após dois anos de acompanhamento. Além do mais, crianças e adolescentes com cMetS alterado no baseline eram mais propensos a permanecerem com alteração após esse período. Diante desses achados, Ana Paula destaca a importância de monitorar o cMetS desde a infância para reduzir o desenvolvimento de desordens metabólicas na vida adulta. “A partir disso, um aplicativo móvel foi desenvolvido visando esse monitoramento, bem como para propor uma padronização no método de avaliação do cMetS nessa faixa etária”, salientou.
O Programa de Pós-Graduação em Saúde - Mestrado e Doutorado (PPGPS) está com inscrições para a turma de 2022. Os interessados podem realizar a inscrição até o dia 17 de novembro, em: unisc.br/mestradoedoutorado